Barão da Mata - Verdades e Diversidades

Barão da Mata - Verdades e Diversidades
Assista aos meus vídeos em http://www.youtube.com/user/demostenesmb

sábado, 31 de agosto de 2013

LUCIANA

Deitaram-se na cama e Luciana lhe ofereceu os lábios ávidos.  Vestido curto, leve, solto, quase transparente,  preto com estampa de pontos brancos.  Guilherme ergueu o corpo da mulher e a sentou no colo, como fora ela um achado raro e precioso, um diamante, uma esmeralda, o bem maior do mundo inteiro.
Sabia que a moça era de se dar com facilidade, que tinha vários amantes e que jamais lhe entregaria a alma tão liberta e aventureira.  Sabia também que a não queria para si, pra todo o sempre ou alguns anos. Mas naquele momento a amava como o mais extremoso enamorado, como o mais possessivo dos machos existentes.  Porque a desejava... como a desejava! Ah, como a desejava!  Queria tanto desfrutar aquele corpo esguio e pálido, as pernas magras e roliças que há  tanto cobiçava, sentia tanto prazer em tê-la na cama, que o ardor parecia amor, entrega, sentimento fundo, suplicante e desvanecido.
No dia seguinte talvez Luciana fosse de outro, mas isto não importava ao homem, que era tão ávido e sôfrego,  que achava que o tempo não passaria, que aquele momento se eternizaria; que não tinha ciúmes, mas só desejo: um desejo de longo tempo, um desejo que não tinha medidas, um fogo que lhe abrasava o corpo inteirinho.
Levantou-lhe o vestido, deitou-a na cama, arrebatou-lhe a calcinha de renda e por pouco não lhe rasgou o escuro vestido.  Beijou-lhe a boca longamente inúmeras vezes,  sugou-lhe os seios, a língua, os lábios, a vulva e as nádegas, cheirou a mulher por inteiro: cada  milímetro do corpo e cada cavidade, e toda cavidade do corpo de fêmea, candente, adentrou.
Amanhã quem sabe outro a ela faria tudo o que ele agora fazia, mas pouco a Guilherme importava: hoje a mulher era dele; dele somente, e era na essência a mais pura magia: ninfa, deusa, valquíria, sereia, feminino demônio ou outra entidade, mas algo que em definitivo ao homem enlouquecia.
O  casal gemia, arfava, gozava, fremia, e tê-la consigo num ballet tão frenético,  entre frases tão quentes, obscenas palavras, lascivas carícias, era para Guilherme a conquista maior, a chegada ao paraíso, e este sequer se lembrava de algo que houvesse além do desejo, delírio, deleite, prazer inefável, esquecido mundo, da vida, do ontem, do dia vindouro, que havia amanhã.

Barão da Mata


  

sexta-feira, 30 de agosto de 2013

SÉRGIO CARDOSO E O MÉDICO E O MONSTRO DENTRO DE TODOS NÓS

A dualidade das coisas, a coexistência de caraterísticas antagônicas nos seres e em tudo ou quase tudo o que há sempre de um certo modo me fascinou.  Robert Louis Stevenson abordou com muita propriedade este assunto em "O MÉDICO E O MONSTRO", romance em que o bom e generoso Dr. Jekyll tomava uma poção que o transformava no brutal e maléfico Mr Hyde.  Esta obra de Stevenson é até, a meu ver, objeto de plágio dos criadores dos "SUPER-HERÓIS MARVEL", pois "O INCRÍVEL HULCK" é uma história que copia quase fielmente a criação do escritor escocês.  Mas vale como mais uma abordagem de antagonismos coexistindo numa mesma pessoa.
A TV Globo, nos anos 1970, produziu vez uma adaptação para televisão da história de Jekyl e Hyde, feita por Domingos de Oliveira e estrelada por Sérgio Cardoso, dois nomes de grande peso da teledramaturgia brasileira.    A versão da Globo, confesso, me encantou mais do que o próprio livro,  porque nela o personagem (Jekyll) do falecido ator dizia aos frades de um mosteiro mais ou menos o seguinte:
- Ninguém é totalmente bom nem totalmente mau.  Talvez os santos tenham lutado arduamente até expulsar o demônio que tinham dentro de si.
Devia ter eu uns quatorze anos quando vi o especial.  Gostei muito, e tal proposição filosófica talvez me tenha induzido a começar a questionar os heróis ou ao menos os heróis absolutos.
Essa dualidade fica mais clara ainda nas alegorias em que Buda, sob uma figueira, luta contra Mara, o demônio das ilusões, e Cristo, contra Satanás em pleno deserto.  As duas lendas mostram a batalha de ambos contra as próprias tentações e a faceta adversa dentro de si mesmos: homens praticantes de virtudes em guerra feroz contra a própria tendência aos vícios, tão inerentes a nós.  São belíssimas passagens de cunho religioso que mostram o quanto Jesus e Sidarta eram humanos.
Já que mencionei Sérgio Cardoso, vale a pena ver os vídeos que apresento com a participação do autor.  No primeiro, você assiste, entre três momentos, um fragmento de "O MÉDICO E O MONSTRO".

domingo, 18 de agosto de 2013

É PRECISO MEXER EM VESPEIRO PARA MELHORAR O BRASIL

A princípio achei que fosse ficar acabrunhado por falar em Economia, mas logo em seguida me lembrei de que Fernando Henrique foi ministro da Fazenda apesar de ser sociólogo (sociólogo nada voltado pra o social, como bem mostrou em seu governo) e, no advento do Plano Real, pelos seus discursos, até me pareceu que a obra fora dele, não de Pérsio Arida, Edmar Bacha e companhia. Vocês veem? Se estou sendo pretensioso, ele foi antes. Para sentir-me mais à vontade para falar em gestão de finanças públicas, trago à nossa memória que Antônio Palocci comandou a área econômica do Brasil durante bons anos apesar de ser médico. Se argumentarem que este era médico, mas seria um grande estudioso de economia, fico com muita pena de sua clientela.
Bem, mas o fato é que quero mais uma vez ter a pretensão de falar em economia começando com um  comentário introdutório sobre o socialismo.  Durante muito tempo acreditei no sistema defendido por aqueles que por aqui se diziam de esquerda, mas a guinada à direita que estes deram para desfrutar as benesses do poder me fizeram entender bem que tudo era mera retórica, questão de vender uma imagem para obter respaldo da opinião pública, essas coisas, e que isto não foi um processo ocorrido somente no Brasil: Miterrand, na França, e Felipe González, na Espanha, também se apresentavam como socialistas, mas nunca soube de seus países algum dia terem feito um gestão de cunho socialista.  A própria ex-União Soviética, reduzida hoje a Rússia, mãe do socialismo mundial, nunca foi, paradoxalmente, um exemplo de prática de equidade sócio-econômica, limitando-se a ser estatista e autoritária. Donde concluímos que socialismo é, infelizmente, uma simples utopia, mas não por uma suposta impraticabilidade do sistema e sim em virtude da venalidade dos políticos e sua indisposição de confrontar-se com o poder econômico, que tem força para destruí-los e lhes oferece regalias tentadoras.  Não há quem resista, não é?
Ficando patente que os políticos tornararm o socialismo uma utopia,
pergunto se não existiria alguma saída para que não vivêssemos este neoliberalismo sonso em que o Brasil vive.  Ou seja, porque o governo tem discurso progressista, arrota que é voltado para o social e no entanto não é menos conservador e reacionário do que o tecnocrático sociólogo Fernando Henrique.  Aliás, PT e PSDB só diferem na sigla, no mais são exatamente iguais. Rezam pela mesmíssima cartilha, seguem uma bula comum, só diferindo em que o atual partido governista não é um privatista tresloucado como o de FH.
Mas esqueçamos a incongruência do governo entre discurso e prática e toquemos na questão da injusta e perversa distribuição de riquezas do Brasil.  Se a reforma agrária praticada pelo atual governo está muito longe de sê-la na plenitude da palavra, pois é pífia e quase anedótica; se as indústrias jamais serão estatizadas nem seus frutos distribuídos entre os seus trabalhadores; se os bancos continuarão não produzindo nada e arrecadando oceanos de dinheiro, pois do contrário os grandes empresários daqui e do exterior fariam com os nossos "nobres" governantes o que fizeram com Jango... se não há definitivamente como dividir as terras e os complexos industriais e comerciais, algum grupo de gestores e políticos verdadeiramente corajosos poderiam começar a vender a ideia de mexer em vespeiro e taxar as grandes fortunas ( o que já botou o "bom" Bresser no olho da rua), pois isto mataria essa fome de arrecadação do governo, que recolhe demais e sofre de obesidade fiscal mórbida, e poderia, se tivesse a bondade de promover uma renúncia fiscal que permitisse aos empresários pagar bem menos do que pagam por cada emprego gerado (desonerar a mão de obra e produção), além de tocar na legislação trabalhista de modo que obrigasse os produtores e patrões a pagarem salários que atendessem às necessidades dos trabalhadores e seus familiares, conseguiria reduzir significativamente as desigualdades.  É certo que alguém de condição social privilegiada argumentaria que, se os salários ficariam vigorosos, como o erário faria para pagar as aposentadorias?  Então eu diria que então chegaria o momento de os banqueiros serem mobilizados e encarregados de partilhar este ônus com o setor público, o que, além de permitir o pagamento de aposentadorias condignas, daria ao governo ainda folga para construir hospitais e escolas públicas e pagar bons salários a médicos e professores (se, é claro, combatesse severamente a corrupção).   Garanto que ainda sobraria para investir em habitação e segurança pública.
Vê?  Seria necessário a renúncia voluntária do governo, que precisa ser menos gordo e faminto, e a compulsória dos empresários  e banqueiros.  O problema é que, repito, seria preciso mexer em vespeiro.  E aí eu lhe pergunto: o que é melhor para o político: cutucar onça com vara curta e correr o risco de sofrer o efeito Jango ou garantir para si e pimpolhos a perenidade de todo aquele fausto, toda aquela ostentação, com caviar, absinto, "poire", patê de ganso, uísque escocês e outros luxos que a carreira política sempre proporciona?  Ficou bem entendido, amigo? Embora seja possível e praticável, mesmo fora de um sistema socialista, uma sociedade bem assistida e de melhor distribuição de recursos, percebe porque nada é feito com tal objetivo?

Barão da Mata

sábado, 17 de agosto de 2013

O PAI-DE-SANTO

- Hmmmm.... Vejo nos búzio qui zifio tem zifirida em zibrioco. O qui zifio andô fazendo?
- Não, pai Bodão, eu não tenho, não... É que eu e a Anitinha... sabe?...  E aí ela ficou meio prejudicada, sabe?
- Intão? É rabo-de-saia de zifio... 
- Bem, pai bodão... Mais ou menos assim... Digamos que é prima da minha esposa...
- Ah, intão! Ma num dexa di sê rabo-de-saia de zifio.   Pai viu nos búzio... e viu traição também.
- E como vão as coisas pra mim?
- Aquela demanda na Justiça tá indo.  Vai ganhá si fizé trabaio grande, e aí pai Bodão das Incruza aqui ajuda.
- Mas eu não tenho nada na Justiça.  Meu irmão que é advogado e só fala no trabalho dele.
- Ah, intão pai Bodão tá certo!  Viu coisa de Justiça aqui: Xangô vai ajudá muito ele.
- Olha, pai Bodão, eu quero ver se vou conseguir resolver os meus problemas...
- Hmmmm... Zifio tem dor de coluna, dor de cabeça de vez em quando, às vez se gripa e... às vez num sente uns arrepio?
- É, sentir eu sinto, mas...
- Pois é! É tudo espiritual! É prima de muié de zifio, essa aí que zifio tá comendo, que tá fazendo trabaio pra prender sucê...
- Mas como, se ela não acredita em nada?  Chuta despacho na rua, de brincadeira.
- Intão é isso mesmo: uma amiga dela, de zicabelo cumprido, qui tá fazendo trabaio por ela, só pruqui ela num cridita.
- Hmmmm... Entendi.
- Hmmmmm... Zifio também leva chifre da muié casada.
- O quê????!!!!  A Marina me trai?????!!!!!!!!
- Trai, fio, e é cum macho preto, pruqui ela só pensa grande...
- É...  ela tem mesmo mania de grandeza, é megalomaníaca, sabe?
- Pois é, mas Pai Bodão vai dá um jeito.  Vai na casa de erva, depois faz um banho de esfria-tabaca e, quando ela tivé de bobera, joga em cima dela, qui ela num vai desejá mais ninguém que não sej'ocê.
- Mas ela vai ficar uma arara.
- Zifio diz qui é só brincadera...
- Mas que brincadeira, pai Bodão!
- Fio qué cuntinuá galhudo?
- Não.
- Intão faz.
- E a história do emprego...?
- Tô vendo aqui qui sucê vai crescer muito no seu trabaio.
- Mas, pai, eu tô desmpregado e querendo arranjar trabalho...
- Pois é isso: vai ranjá logo um emprego e vai crescer rapidinho lá drento.  Parabéns, zifio!
- Obrigado, pai.
- Tô vendo aqui pobrema cum droga...
-  Mas eu nem sequer bebo ou fumo. Nem minha mulher... nem uma nem outra... Só se for o meu vizinho, que fica cheirando e depois começa a bater na mulher.
- Intão é isso, mas que pai viu, viu. Ói!
- Sim?
- E cuidado com esse vizinho, qui ele tá fazendo trabaio ruim pra sucê.
- Pra mim????   Mas eu nem me meto com ele, finjo que não vejo quando ele bate na mulher, me dou muito bem com ele...
- Mas ele tem inveja de sucê!
- Bom, se Pai Bodão tá falando...
- Faz um difumadô de sossega-corno e joga a fumaça na direção da casa dele...
- Ué? Por que sossega-corno?  Ele também é?
- Não, fio: sucê qui é o corno que fica inquieto com as energia ruim dele.  Faz o qui eu mando e num prigunta.
- Tá bom, pai...
- Intão? Sartifeito, zifio? 
- Ainda não, pai, porque...
- Mas já tá na hora de nós pará, seu Zoia Beco tá mandando nós terminá pra num nascê birruga na bunda de zifio.  Ele tá dizendo pra zifio pagá logo e ir embora, pruqui sinão fio, co'as birruga, vai ficar mais bundão do que já é.

Barão da Mata

O GINECOLOGISTA E A ESCUTA DA CIA

Antônio Messias, cidadão médico, especializado em ginecologia e obstetrícia, por um dia haver entrado num restaurante árabe, comido e depois levado umas esfihas para viagem, começou a ser investigado pela CIA.  
Os caras colocaram escutas em suas linhas telefônicas, seu consultório, sua residência, sem contar o total rastreamento das vidas de sua mulher e filhos.  Aliás, mulheres, porque tinha duas.
Num dia de consulta de uma recente ex-parturiente (essas consultas pós-parto), pede à paciente que se dispa e se deite na cama para exames.
- Abra bem as pernas. - pede à moça- Vou investigar bem a fundo.
Os americanos, agitados:
- Onde é que esse cara vai se enfiar? Investigar o quê, se investigar é prerrogativa nossa?
O médico se dirige à enfermeira:
- Margarida, dê-me aquele espéculo que eu trouxe dos Estados Unidos.
- Viu? - diz um dos estrangeiros - O filho-da-mãe está dizendo que somos especuladores.
- Desgraçado! - observa um outro.
- Bem, - constata o médico - com este instrumento americano vejo que há uma pequena secreção...
- Olha! O porco diz que somos um país de segregação!  Só não fala que tipo de segregação! Ora, esse monte de estrume...!
O médico continua em seu trabalho:
- Vou colher material para ver se há algum fungo ou bactéria...
- Bandido de uma figa! Armazenando material para guerra bacteriológica! Seria o antraz?
- Ora, George, o certo é que é alguma arma de destruição em massa...
Agora o médico examina as mamas:
- Nenhum nódulo...  A senhora tem tido leite para amamentar o bebê?
- Muito pouco, doutor.  O que devo fazer? Tomar cerveja preta?
- Não, isso não.  Recomendo aquelas bombas...
- Booooooooooombaaaaas!!!!!!!!!!!!   Jesus Cristo!!!!!!!!!!  Ele quer explodir nosso país!!!! 

Barão da Mata  

terça-feira, 13 de agosto de 2013

MARCO FELICIANO, A "CURA-GAY" E A DOENÇA DA CORRUPÇÃO

Depois de o deputado Marco Feliciano ser "ovacionado por fãs" no voo para Guarulhos,... Olha... aquilo foi muito engraçado.... Só achei abusivo tocar fisicamente no parlamentar.  É preciso limites para se manifestar desagrado quanto a alguém, por uma questão de cuidado para não perder a razão e o apoio da opinião pública e, o que é mais grave, tornar o hostilizado vítima e, por analogia,  herói.  Recomendável ter cuidado sempre.
Essa história de "cura"do homossexualismo é obviamente de um ridículo que vai às raias do lamentável.  Não posso me colocar entre os  simpatizantes da conduta erótica  homoafetiva, não acho que o mundo seja "gay" ou deva sê-lo, porque cada um deve ter a sua definição sexual respeitada, sem que precise ou deva ser compelido a ter esse ou aquele comportamento sexual.  Se abraçarmos a ideia de que o correto seja ser "gay", aí o preconceito se inverterá, não é? E assim, nós, heterossexuais, acabaremos perseguidos e discriminados.  Mas, com toda a sinceridade, acho legítima toda e qualquer manifestação de homossexuais para serem aceitos (ou mais bem aceitos) pela sociedade, da mesma forma como gostei da decisão do STF que conferiu a eles o direito à união estável e à pensão, benefícios e todos os direitos de cônjuge.  Sem contar que nada tenho contra a adoção de crianças por casais do mesmo sexo, porque o bem-estar do menor está atrelado ao afeto, cuidados e da boa assistência recebida dos pais, independentemente de estes serem do mesmo sexo ou de sexos diferentes.  Além do mais, um milhão de vezes preferível  um menino  criado por casal "gay" a uma criança padecendo e aprendendo lições de criminalidade nas ruas.
Nos anos 1970 e meados dos 1980, era unanimidade que os homossexuais deveriam ser "tratados" por psicólogos ou psiquiatras, porque eram considerados portadores de graves distúrbios emocionais. Já a partir da segunda metade dos 80 surge uma escola que achava que os chamados "diferentes" precisavam, diante da impossibilidade de "cura", ser acompanhados por terapeutas para se aceitarem como eram, sem levar em conta os preconceitos e as opiniões contrárias das pessoas.  Por fim, a partir de  manifestações e poder de inserção dos não heterossexuais como parte componente e  respeitável - sob o ponto de vista numérico e humano - do chamado tecido social, estudiosos, legisladores, membros do Judiciário e governantes, além dos profissionais de psicoterapia e psiquiatria, passam a vê-los como indivíduos não doentes nem marginais, e isto lhes confere um melhor acolhimento pelo público em geral, só lhes havendo hostilização por parte de violentos rebeldes acéfalos e sem causa ou bestas humanas sectárias da idiotice perversa, assassinos por excelência  e por um sem-número de  não violentos que militam por aí em nome de um falso moralismo.  E é justamente onde se enquadra o nosso "querido" Marco Feliciano.  
Tornado presidente da Comissão dos Direitos Humanos do Congresso por deploráveis acordos e arranjos políticos  dos quais o governo e o PT não poderiam  ficar de fora, nosso amigo não deixaria  jamais de erguer a bandeira da moralidade. É possível que ele se sinta meio messias, incompreendido a princípio mas autêntico e verdadeiro  mensageiro dos desígnios dos céus? 
 Nos meios políticos do Brasil essa coisa de "moral" é muito corriqueira.  Demóstenes Torres é um exemplo disto, apesar de, diferentemente de muitos, o ex-senador ter dado a impressão de defender uma moralidade séria. 
Eu disse diferentemente de muitos, mas isto não quer dizer que aqui por estas bandas da África incontáveis políticos não tenham levantado a sacratíssima bandeira da elevada ética política e econômica ou da ridícula e da "ainda mais santa e bendita" falsa moral comportamental enquanto se enfiavam em falcatruas manjadas e perniciosas de deixar as mocinhas rosadas de vergonha e até os pentelhinhos de qualquer um arrepiados.  Nasci em 1958, vi a moralzinha barata proibir peitos femininos de fora e nudismo nas praias, mas não vi ninguém acenar com penas realmente severas para corruptos ativos ou passivos (seriam estes últimos cândidas vítimas estupradas de corruptores?), que, embora sejam saudáveis do ponto de vista médico, transformam-se em focos absolutamente putrefatos, purulentos e contagiosos de doença sócio-político-econômica.   E agora, me pregunto, como combatê-los?  Será possível que teremos de considerá-los doentes? Se assim for, teremos então uma sugestão de substitutivo para o projeto do ilustre deputado Feliciano: onde se lê "cura-gay", leia-se agora "cura-calhorda": que tal?   você concorda? Então vamos lá, vamos correndo colaborar com o parlamentar e propor a troca do projeto?

Barão da Mata