Barão da Mata - Verdades e Diversidades

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domingo, 3 de março de 2013

O BAR DOS CAVALHEIROS


Duque de Caixas, município daqui do Estado do Rio de Janeiro, tem um bairro ( ou sub-bairro, logradouro, sei lá ) chamado Bar dos CAVALEIROS.  Acontece, no entanto, que algumas pessoas, lendo mal ou não lendo corretamente, ou ainda simplesmente não se dando a ler o letreiro dos ônibus que levam à localidade, acabam por chamá-la Bar dos CA-VA-LHEI-ROS.  Eu e um colega de trabalho soltamos uma vez a imaginação e ficamos a brincar com o equívoco.
Se a cidade do Rio é violenta,  Caxias também está longe de ser um poço de virtudes.  e, embora não conheçamos o tal lugar, sabemos que fica na periferia da cidade, longe do centro, uma região com alguns requisitos típicos do chamado oeste bravio dos filmes americanos.  
Bem, em nossas divagações, o  local se transforma num bar frequentado por homens extremamente violentos, mas de exemplar e espantosa educação, ou então não seriam CAVALHEIROS.  Imagine: um sujeito, encarregado de matar o outro, entra no recinto, dá boa-noite a todos e olha firme pra um desconhecido: 
- Sr. Orlando Maldade?
O homem se levanta:
- Boa noite, cavalheiro! Sou eu mesmo, sim, senhor! Boa noite!
- Boa noite, meu amigo. - responde o outro -Muito prazer, meu senhor.  Eu sou Antônio Terrível, seu escravo. Como vai? Tudo bem?
- O prazer é todo meu. Tudo bem, amigo.   E o senhor? Como vai?  
- Também vou bem, obrigado. - faz uma breve pausa, volta: - Com sua licença, deixe-me ir direto ao assunto, já que meu tempo é pouco.  A questão é que recebi uma importância relevante para matá-lo e  estou aqui em cumprimento do meu ofício.
- O outro, amedrontado, mas compreensivo e sem perder a linha:
- Ah, sim! Entendo perfeitamente.  Se é assim que há de ser, que nos ocupemos logo do que é mais importante.
O matador aponta a arma:
- Com licença, cavalheiros, e com o seu perdão, sr. Orlando!
- Pois não, não há do quê.
E consuma-se a execução.
Logo depois o malfeitor sai cumprimentando os presentes e se desculpando pelo incidente.
Noutra ocasião, entre músicas e casais dançando, um belisca as nádegas da mulher do outro.
- Uiiii, cavalheiro! Boa noite, mas uuiiii! - a moça reclama.
O marido se coloca entre aquela e  o engraçadinho:
- Nobre rapaz, boa noite, mas  o que é isto??
- Ah(!), prezado amigo, boa noite, me perdoe, mas a sua mulher é realmente muito sensual e não pude resistir.
- O senhor entende, então, que é uma questão de honra, e eu não posso deixar de tomar uma atitude drástica. 
- Claro, gentil senhor: reagirei à altura, mas pode proceder por favor da maneira como melhor lhe aprouver. 
- Então, com sua licença,  se me permite! - e os dois sacam sus armas, e o o menos ligeiro tomba sem vida.
Dizem que uma vez o bar ficou aberto direto durante quarenta e oito horas, e os contendores acabaram caindo de cansaço, sem que ninguém matasse ninguém. Eram dois inimigos viscerais portugueses, ali duelando por conta de um ter eliminado o filho do outro.
- Sr. Manuel, bamos resolvere  d'uma vez p'r todas esta desabença. P'r favore, bamos lá: o senhore quere sacare pr'meiro?
- Não! De jaito nenhum! O senhor pr'meiro!
- Não , me r'cuso: o senhor pr'meiro...
- Não, o senhor...
- O senhor...

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