A beleza e sensualidade de Débora Secco sempre saltaram aos olhos, são dotes irrefutáveis da bonita e jovem atriz, mas sempre tive alguma restrição quanto a ver produções em que sobre esta recaísse mais frequentemente o foco da história. Porque na maioria das oportunidades em que vi a moça atuando, percebi uma exploração demasiada de seu erotismo e suas formas por intermédio de cenas de nudez ou seminudez, e uma despreocupação quase absoluta com o enredo. Muito embora a jovem seja bela e desejável como já disse, há primeiro uma enorme diferença entre ver uma beldade nua ao vivo, em carne e osso, e ver a mesma beldade na tela. Ou seja: a falta de real presença nos permite ser críticos e racionais.
No caso de "Bruna Surfistinha", de Marcus Baldini, a coisa foi todavia bastante diferente do que eu já vira. Percebi uma Débora Secco amadurecida, valendo-se da seminudez ou nudez não além do necessário, numa interpretação convincente, primorosa, do nível da apresentada pelos atores de maior gabarito. A atuação das atrizes que com ela contracenam, sobretudo a talentosa e experiente Drica Moraes, também é irretocável. E o filme, relatando a história verídica de Raquel Pacheco, tem a crueza e o realismo perfeitos para o roteiro.
Quanto a fotografia e outros detalhes mais técnicos, deixo-os a critério dos cinéfilos e de gente especializada, já que não posso me considerar uma ou outra coisa. Mas no que se refere ao que comentei, no entanto, achei o filme de uma excelência muito pouco corriqueira, além de ficar contente pelo que posso esperar dos futuros papéis da atriz principal.
2011
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