Barão da Mata - Verdades e Diversidades

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terça-feira, 29 de dezembro de 2009

TROCANDO AS BOLAS

Um dia desses o noticiário fez que eu me decepcionasse profundamente com o Obama. Ele, que antes professara uma política externa pacífica, falou em atacar o Afeganistão, recrudescer a situação no Iraque e outras barbaridades bem imperialistas e bem americanas. Sem contar que sua posição foi determinante na melação do acordo ambiental de Genebra. Fiquei pensando comigo: isso é coisa de feiticeiro... Alguém pegou a alma do presidente e a do seu antecessor, George W. Bush, e as colocou uma no corpo do outro (trocando as bolas, sabe?). Vai ver o verdadeiro Obama tá no corpo do Bush, defendendo a soberania das nações, o meio-ambiente e a paz no planeta.

O TALENTO TROCADO DE LUGAR

Um sábado desses liguei a televisão e  deparei com um desses programas de auditório, e havia um sujeito que cantava um pagode e se fazia acompanhar de duas lindas morenas que rebolavam os corpos esculturais com a sensualidade de ninfas. Fiquei a observar. O sujeito cantava divinamente como um corno bêbado na noite da traição. A letra me levava quase às lágrimas, por ver a que ponto uma poesia pode ser piegas e de má qualidade. Não sou músico, mas percebi que não havia belo arranjo, bela melodia nem bom gosto. Só se salvavam as morenas e suas formas lascivas, e, como não sou voyeur de vídeo, coloquei no AV e botei um DVD onde Elis Regina cantava "Fascinação". Letra, música, voz, tudo lindo de embevecer!
Olha, minha gente, confesso que sou aficionado por bunda de mulher... mas tenho uma infinita saudade de quando o talento ficava na cabeça.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

OS TORCEDORES FANÁTICOS SÃO OS SECTÁRIOS MAIS PERIGOSOS

Eu sou daquelas pesssoas que se embevecem com aqueles dias de jogos de campeonato, emocionam-se com o calor e a vibração das torcidas com os seus fogos estourando nossos tímpanos e quase nos matando de susto. É a manifestação singela e espontânea de calor de paixão desportiva dos nossos nobres cidadãos sem um pingo de princípio e educação, derramados em berros que pronunciam nomes de clubes de futebol, berros arrastados e quase ininteligíveis pela puta da cachaça tomada em demasia ou da famigerada coca cheirada em um canto qualquer.
Ah! É dia de jogo, decisão, sei lá o que, é prá gente fazer uma porra de um churrasco de costelas de boi e de asas de frango, abrir as malas dos carros e botar pra tocar "funk", pagode ou hino do clube, mas tudo com volume muito alto. Você, sujeito tranqüilo e sossegado, tem o dever cívico de participar de toda essa palhaçada: deixe sua música de lado, não a ouça, desligue a televisão, não converse, não leia jornal, porque participar de toda essa baderna, voluntária ou involuntariamente, é o dever de todo cidadão. Sugiro que você saia de sua casa e vá conversar futebol com eles, encha também os cornos de bebida e fique gritando o nome do clube deles - mas não se esqueça de vestir-se com a camisa. Porque esse negócio de que os direitos de um vão até onde começam os de outro é pura retórica barata e imprestável: o negócio é fazer muito barulho e incomodar todo o mundo, porque um homem que não participa dessas bagunças não é digno de viver em sociedade.
O pior de tudo são, ao final de tudo, as hostilidades: brigas, pancadaria, linchamentos, assassinatos, e as autoridades espalhando pequenos efetivos de policiais nas ruas, fingindo não notar o verdadeiro estado de escaramuças e guerrilha urbana provocado por esses vândalos.
Esses torcedores fanáticos não têm nada de positivo, são sectários radicais e perigosíssimos, capazes de estragos e atos do porte dos praticados pelos guerrilheiros, incendiários e facínoras. O fantatismo é um câncer com alto poder de devastação, seja ele o fanatismo religioso, político ou desportivo.
Ontem, 06/11/09, foi decisão do campeonato nacional, e eu fiquei a ouvir gritos de "mengo" e explosões das nove e meia da manhã do domingo até as dez da manhã de hoje, segunda. Num dia em que houve jogo do Fluminense (clube pelo qual eu torço sem paixões desmedidas ), e eu estava no metrô, um grupo de torcedores do clube entrou no vagão em que eu estava e fez tanto barulho e gritaria, que eu pensei que iam explodir a unidade.
Ora, deixemos de hipocrisia! Não vêem que não há nada de bonito nessas manifestações? Só o Galvão Bueno, do conforto de sua cabine refrigerada, é que demagogicamente elogia essas "alegrias" famigeradas das torcidas. O tipo de torcedor a que me refiro não é, na verdade, afeito ao esporte: é, isto, sim, afeito à guerra, à violência, a transornar a vida de terceiros, fechando ruas e túneis, hostilizando torcedores adversários e pessoas neutras em relação às suas histerias. Têm o prazer mórbido de incomodar, de bater, de guerrear, porque são belicosos natos e rebeldes absolutamente sem causa, compromissados com a missão de causar danos e aporrinhações à coletividade.
O mais triste de tudo é que nada se pode esperar de nossas autoridades, que, se pouco se prestam a combater o crime (organizado ou não), menos ainda farão contra essa gente e a sua conduta perniciosa.

2009